Pedaços de Raíz no Chão

Lágrimas escorrem no chuveiro
Se misturam com a água que cai
Formam um lago, um oceano inteiro
e ele sabe que isso tudo vai
Deixá-lo em desespero

Termina seu banho, olha pra janela
Onde está a árvore que ali ficava?
Fora embora..
Só pedaços de raíz no chão
Esteve plantada em vão!

Perdida na vida, ela seguia
Árvore bagunçada, sem guia
esqueceu de que do Sol precisava
Foi pro mar, entrou nele
Afundou no pranto que lhe assolava

Lá no fundo viu o pirata morto
Que mergulhara no grandioso oceano
atrás da sereia que cantava feliz
mas segurava em sua mão
o rubi que era seu tesouro de pirata insano
e, que no coração, lhe deixou uma cicatriz

Lá se via o pirata morto
afogado nos seus sonhos
e a árvore que já morria
infeliz, pois ela sabia
que ali seria companheira eterna
do pirata que se perdeu
de forma doce e terna

Árvore

Olha!
Lá na janela

Olha, vê!
Tem árvores acenando pra você

Eu sei o que elas falam
nesses acenos que te calam

Dizem para deixar no teu rosto

um sorriso que não se desfaz
e isso também faz

meu gosto

Sente o cheiro da madeira?
É até agradável

É resultado da brincadeira
pra te tirar do estado insuportável

que te fez rolar abaixo na ladeira

Pega uma folha que cai lá de cima
nesse frio de outono e se cubra com ela
É uma folha um pouco amarela

Sei que ela te aquece e te anima

Vai, abraça aquela árvore
Agradeça pela sua sombra

pelos seus galhos longos
Frutos, folhas e raízes
Mas lembre-se, dona Terra
Ela deve tudo que tem 

a você!

Nota: E para completar... um Haikai lindo que acabaram de me enviar!!

Ao pé do carvalho

um pequeno oceano

gota de orvalho

Davidson Panis Kaseker, ou simplesmente Dasso

Meu Tempo

Quanto tempo faz
Que o tempo me deixou pra trás
Sinto fome de viver
Não deixo de acreditar
Que, você, o tempo vai trazer
O tempo de que disponho
É só guardado para ter um Sonho
Com nozes aqui no cantinho
No sofá bem quentinho
Tempo de vida que passa
Eu o prendo à mim e faço graça
Penso aproveitá-lo ao máximo
E fico por isso mesmo
Achando que fiz certo
Mas foi a esmo....
Tempo, ceda teus filhos pra mim
os que se chamam dias
Pra eu arrumar, enfim
As minhas ranhuras vazias

Descontrole

Você está ardente
de desejo inconsciente
Menina levada
Loucura danada
Se faz de inocente
criando uma encruzilhada
pra prender o seu amante
Numa cama, com pétalas, enfeitada
Teus olhos lindos
de paixão fervente
mexem com meu coração
desabam minha mente
Misturo teus anseios
com o meu, de beijar teus seios
Acabo te fazendo desafinar
na tua tentativa de cantar
uma canção de ninar
para este monstro que despertaste
se aninhar e dormir
E, quem sabe assim, você fugir
Dessa vontade que te alucina
Te queima por dentro, jovem menina
Paralise teu corpo agora
não o mexa, mas o teu querer te devora
O deixe parado para não estimular
O monstro quase desperto
que agora queres controlar
MAS NÃO PODE!
Pule, sacode
Corra, tente e se esconda
Mergulhe na onda
e se afogue no prazer
que esse monstro vai te trazer...

Na Natureza

Na natureza encontro
uma mulher que faz a vida 
parecer um conto,
uma linda cantiga

Vejo o que pedi
toda aquela maravilhosa beleza
me faz firme
e agora tenho certeza
de que o amor eu não perdi


Ele existe e é tão real
Ele existe e quase faz mal
E mesmo que eu me sinta triste
desse mal eu posso criar amor
pois sei que você está aí
e insiste!


Ainda passo nesse sonho natural
pra buscar o que sempre quis
O que mexe comigo
O que me dá abrigo
O que me faz feliz!

Menina-Mulher-Sonho

O que é isso?!
estás perdido em um sonho
tão empolgante e maciço
Hora estás no teu banho
Hora estás a voar

Vês que o sonho é uma linda menina
que sorri e é somente alegria
isso é tão intenso e te fascina
até pensas que, de alegria, morreria

Depois de sorrir, ela se torna mulher
Te olha séria e não te deixa sequer
respirar para quem sabe acordar
Mas na verdade tu se vês insano
sonhando no corpo feminino que pra tu
é o infinito lindo do mar

Essa menina-mulher-sonho
Que arde, te fascina e, com sorrisos, encanta
É muito interessante
o jeitinho que, em ti, ela se implanta
no teu simplório semblante
Não lute, não há saídas
Seja amante!

Menino-Homem-Árvore

Veja no distante horizonte
Enxerga lá longe uma árvore?
Ela te dá a sombra na fronte
Para que não caia e, no calor, desmonte


Você chega perto e na árvore vê
um menino serelepe pulando
Portanto o admira brincando
e se surpreende, pois ele segura um buquê


Enquanto se distrai olhando as flores
o menino se torna um homem bonito
então se derrete de amores
e fica a olhá-lo no infinito


Um menino-homem-árvore
que te protege, te faz rir e te derrete
É um tanto desconcertante
o sentimento que te acomete
Faz o inconsciente gritante
Pedir pelo seu amor

É menino, tem coração!

O céu se cobre
O Sol se apaga
A núvem tapa
O amor que afaga
O pequeno coração
Do menino insano
Que busca explicação
Pra passar todo o ano
Curtindo a emoção
Das mãos que se tocam
E o peito rebocam
De pureza e amor...
Ai ai..... Que calor!!!


Ps.: feito rapidinho via android...

Primeira Prece

Me ajude a fazer o correto
E se o que é certo existe
não me deixa fazer ninguém triste
Faça-me forte como um teto
Que protege e dá segurança
Nesse mundo no qual virá a mudança
que espalhará alegria nos sorrisos
Tão bem definidos e nada indecisos

Não deixe a sombra tomar conta
dos sonhos e da alegria
que no momento se desmonta
e se desfaz de toda a magia


Não deixe o frio congelar
o que a luz divina fez brilhar
Frio que cria o pranto
e destrói o lindo encanto


Por favor, me ajude a ser justo
Preciso ser firme e robusto
pra no momento, no ápice
não errar, pois como o dia acaba
a noite vem certeira e ali cresce


Imploro, escute minha prece
Cuide de quem gosto
De quem realmente merece
Crie dessa beleza que se apaga
Um sentimento que se propaga
Para o mundo todo
Com uma caneta
e um papel....

Dança dos Laços

Mãos que se tocam
se aquecem e brilham
Luz inesperada
centelha de vida
que do fundo da emoção
forma um simples laço
que dança com o coração
e se perde em um abraço


Ele e ela a dançar
formando mais laços
os juntando suavemente
em uma só roupa
de forma bem quente
de forma louca


E a dança vira e roda
rodopia-se toda
É uma dança que aproxima
e tudo de bom fica por cima
com a graça do momento
forma um puro enlaçamento

Vazio Mental

Ele vem forte
É uma brisa da morte
Devastando idéias alegres
As matando ferozmente
Como os lobos são com lebres

Nota: minipost!!!!!!!!

Culpa Espelhada

Te chamo de linda
Enquanto ainda
Tu me chamas
Para as chamas


Lá me derrete
E enfraqueço
Isso me arremete
A enlouquecer


Aí, paro, recordo
Lembro que a culpa
É só tua
E tu me dizes 
Que ela é minha


Compro um espelho bonito
Coloco à sua frente
E você vê nele escrito
O que vem da mente


Então eu digo e repito
A culpa é tua
De eu estar tão bonito


E tu me contas
Que a culpa é minha
E me da broncas
Falando que a culpa é espelhada
Reflete em mim e em você
Depois retorna toda atrapalhada
Nos deixando numa boa cilada
De quem é a culpa?
É nossa! 
É espelhada!

Sou a Loucura

Sou a loucura
Sabor amor
Sabor amargo
de amargura
Sou e estou insana
Sem motivos de ser
O que quero ser
Um motivo que engana
Uma loucura insana é
com traços
laços
e cafuné
A loucura te derruba de sorrisos
te derruba de dor, sem avisos
A loucura é o que sou agora
Confusa, insana e quer ir embora
Sou a loucura e cuidado
com o que por ela sente
ela é insana e isso é fato
Às vezes ela lhe arranca um dente
e dá de comida para o seu pato
Pato Caqui é o seu nome
pula alto e ronrona de fome
Dentes caramelados ele devora
e a alma do dono, cospe fora
Mas a loucura insana
quase a leva pra cama
se perde nela mesma
e depois se acha uma lesma
Boba, estúpida, culpada
Não sabe lidar com a amada
Faz com ovos um bolo
e joga na própria cara, um tolo

Um Beijo do Sol

Um beijo com o Sol da tarde
No peito, agora arde
Acalora o ânimo do sujeito
Pra cantar com muito jeito


E o beijo anoitece
Na alma ele acontece
Provocando a calma
Que é digna de uma palma


E o beijo na palma da mão
Pelos braços agora corre
Em direção ao coração
E assim o sujeito morre
De tanta pura emoção


E o beijo vai escorrendo
E no corpo acaba fazendo
Uma grande bobeira
Deixando o sujeito à beira
De se livrar da solidão

Torturas, Chuva e Laço

A chuva lá fora
sou eu, todo danado
querendo te molhar o corpo
de amor e prazer
Fazer você tremer
Cheirar teu cangote
Escorrer no teu decote
Espalhar na tua boca
Te deixando rouca
pois louca já está


E esse banho que quero te dar
Hum, não tenho como controlar
minhas mãos tão indecentes agora
são insanas, paixão que te devora
Perco meus sentidos em tua cintura
Te atraio, malvado, pra minha loucura


Uma tortura te faço
você implora, eu nego
Te provo em um amasso
e me perco, fico cego
Tudo uma grande perdição
condenando eu e você
à um contato feroz
impossível a fuga pra nós


Derreta-se comigo
Você sem roupas, sem abrigo
O rubor e o calor
te deixam ainda mais nua
do que uma noite sem Lua


Segunda tortura e um laço
cubro teus olhos com ele
e tu ficas na expectativa
de um forte abraço
por onde? Frente, trás?
Tanto faz!
A tortura é que te excita
e em desejo ardente você grita:
Me possua
Sou sua!

Almas Perdidas Apaixonadas

Almas perdidas apaixonadas
no fundo do vazio escuro
desesperadas e amolecidas
e de procurar, tão cansadas
De repente encontram o puro...


Vermelho é teu calor
Azul é minha vontade
E roxos ficamos
sem fôlego
nessa pura maldade

Como almas que somos
ficamos entrelaçados
Eu em você, você em mim
Fazendo, atados
um amor sem fim

Almas perdidas apaixonadas

nunca serão encontradas

Só eu e você, não sei onde
e o roxo dessa paixão

a perdição esconde

NOTA: Versos feitos em homenagem à minha própria criação visual de um passado tão... tão distante. Uma das preferidas! E ... Obrigado por me ajudar com as cores!!!

Insanidade Confusamente Insana

Vou deixar a maré me levar
Abaixar as velas e dormir no navio
Não quero saber onde vou parar
nesse mar confuso e sombrio

Maré com sangue, vermelha
Sangue da sanidade alheia
Vontade de navegar para o além
e nunca mais machucar ninguém!

Fico com o coração acelerado
completamente descompassado
me dá um metrônomo
Pro meu sistema autônomo
deixar o compasso ajeitado

É culpa tua e tua
Vou chamar um guarda
Pra ver se ele as autua
Ele vem vestindo farda
E as prenderá no meio da rua

Máquina da Confusão

Tenho um protótipo
uma máquina inovadora
de dar carinho e atenção
pena causar tanta confusão
Em função ela está
e lindo futuro ela criará
só tenha muito cuidado
pois tudo fica bagunçado
O que quer acreditar, será
algo fofo que a máquina fará
para acalmar e guardar
com um sorriso ou dois
deixando a dor para longe
para depois
Parafusos irão se soltar
Enferrujando na areia e no mar
a máquina se quebrará
se a sereia continuar a cantar
Trate a inovação com calma
ela aquece e cuida da tua alma
e da calma a alegria se cria
Noite fria
Noite fria
Noite fria......
E vazia.....


NOTA: O escrevi em 27 ou 28/04....

O Soluço do Pirata

Estou soluçando
um engano, uma paixão
outro engano, que confusão!?!?
mas continuo andando...

A cada soluço, pulo em desespero
O que devo fazer, Caracol, meu companheiro?
Corra para as colinas, ele diz
mas antes, dê um beijinho no meu vermelho nariz!

A cada soluço me afundo no mar
onde há uma sereia a nadar
A cada soluço me vejo no deserto
onde há um oásis lindo a ser descoberto


Caracol, meu amigo
me leva a voar contigo
me leva no Grande Ferreiro
pra ele forjar meu destino
e quem sabe assim eu afino
a minha voz para cantar
"Yo-hoho e uma garrafa de rum!"
Um pirata fora do comum
Um que quer alguém pra amar
mas não quer escolhas
quer se deixar levar no mar...
e no seu barco se entregar
Seja para a sereia
Seja para a garrafa de rum

O pirata morrerá na areia
Sem amor nenhum!