O Pulsador

Tudo o que dói
E que, com o coração, se constrói
E se também é recente
O saltitante pulsador ressente


Ele me conta que o que o mata
Está escondido dentro da mata
Uma cobra esperando pra dar o bote
No pescador acomodado em seu bote


Compassado ao som de um sol
Se descompassa ao brilho do Sol
Ritmado, ele canta o que sabe de cor
Jogando no ar notas cheias de cor


Enquanto nas palavras coloco acento
Descanso meu pulsador no assento
Do carinhoso e quentinho peito seu
Da menina que o amor me deu

Jardim da Morte

Por todos os cantos
existe um jardim da morte
onde há moços aos prantos
procurando a flor ideal
para se dar junto com o amor


No jardim da morte
vejo rosas perfeitas
exalando o perfume pútrido
da traição, do desejo enrustido
das donzelas, ex-moças-direitas


É no jardim da morte
que a flor nasce de teu peito
onde jaz teu corpo afundado
na terra mal cheirosa

A rosa suja que nasce de lá
o menino alegre a colhe
e pensa em coisas lindas,
pensa na sua menina adorada
na sua amada Amanda...
mal sabe ele que este
é um Jardim da Morte

Anjo Vestido de Explosão Azul

Caminhando na noite sem destino
observo o céu escuro, tímido.
Paro me deparo com uma visão magnífica:
Um anjo vestindo uma explosão azul
e usando um fofo cachecol marrom de fumaça

Penso em tudo que há de bonito no mundo
peço, anjo azul, que me alegre com tua graça!

Ele se mostra imponente, mas não severo
De braços abertos e receptivo,
nos observando como formigas no chão


Seus sentimentos aparecem em cores ao seu redor.
Tem o cuidado e a vontade de progredir o mundo
demonstrado no seu verde
Tem visão de repúdio e punição em seu vermelho
para todos aqueles que fazem crueldades e desprezam
a verdade implícita da ordem da natureza e do mundo
Tem a vontade de alegrar vidas e corações sofredores
com seu amarelo meio dourado emanado com carinho
por debaixo de seu vestido neutro, azulado.

É forte esse anjo. Meus olhos brincam de admirá-lo insaciavelmente
e atraído por essa nobre e bondosa armadilha,
eu me perco no infinito da minha mente.


Certo dia te encontrarei novamente, grandioso brilhante...
Quem sabe ajudando velhinhos a fazer suas jogadas de damas
ou quem sabe soprando o vento à brincar com folhas, flores e cabelos
ou talvez inspirando olhares de admiração e sentimento de sorte
por uma flor recém caída e pega do chão.
Portanto te digo: Até logo!

Doença

Esperta e forte doença
Invade o nosso corpo
e impõe sua presença
pra te fazer um jovem morto

A dança que se faz
Quando ela se satisfaz
Destruindo seus sorrisos
Os deixando todos doloridos

Aahsuiiu.. Lixo... Droga de gripe... Vou dormir........