quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Explica!

Enquanto molho meu travesseiro
E o deixo encharcado de sofrimentos
Explica se existe mesmo alguém
Lá em cima pra nos cuidar
Diz se é verdade o que vejo
Nesse mundo no qual fraquejo
Em viver
...
Por que existem dores e tristeza?
Por que existem sentimentos?
Por que nos deixam cair no poço
E lá nos afogamos em desespero
Tentamos escalá-lo em busca de luz
De um brilho nessa vida sem sentido
Pra podermos sorrir
...
Quero uma resposta,
Saber o porque é assim
Um doloroso e triste fim

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O Tempo Presente

Faz tanto tempo que não escrevo
Tempo que arrasta a idade
De quem está vivo e envelhece
Mas que o faça com qualidade



Um dia chuvoso e um raio de Sol
Brilhou lá fora pra marcar o tempo
Marcar o dia na nossa memória
e fazê-lo ao seu contento



E o vento que bate na janela
Implorando pra entrar
Querendo roubar teu calor
Não vou deixá-lo entrar
Ele que fique no tempo...



Lá no frio
A parede rachada, judiada por ele
Pelo tempo imponente
Grandioso e sempre presente
Que me dá a alegria de usá-lo
Para me fazer de teu presente
E espero que nunca ausente





Nota: o tempo nos faz criar raízes uns nos outros... Mas você tem que escolher se quer ser uma árvore e dar frutos, se quer ser um parasita e sugar energias. Não importa o que você queira, apenas seja algo importante pra si mesmo, mas, de preferência, bom para aos que te rodeiam também.


E parabéns para a minha linda Fofurinha que está de aniversário hojeeee!!!!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Fim do Final

Dá ao túmulo uma flor
Pede ao chão um lindo botão
De pétalas vindas da morte
do amor que se foi pelo coração



O lírio que está a enfeitar
a rocha definida como sua lápide
chora seus pedaços no solo
que contém seu cadáver triste



E chorando o lírio se acaba
E chorando a donzela se esvai
No gramado a Morte a afaga
Roubando a alma que dela sai



Vitoriosa vai cantando
Duas almas por uma só
Elas juntas nadando
No mundo que pra nós é pó

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Entregue

Estou entregue
Como um cego ao seu cão guia,
como um pirata à sua sereia,

como um homem à sua mulher


E de formas intensas nos enrolamos
Esfregamos como o mar faz na areia da praia
Arrastamos como um caracol na sua folhinha

Até encontrar boca com boca
E em um nó de abraço, perder a linha



Olhos que despem sem toque
No teu corpo um choque
Escorre até os pés que não tocam mais o chão
Estão a flutuar num prazer sem ilusão



Tece teias de vontade com tuas unhas
em meu corpo que te aguarda, todo teu
funde seu corpo no meu 
e na falta de cordas e fitas
nos amarramos com os próprios pijamas

Gatos Manhosos

Mia pra mim, gatinha
No meu quintal
Mia bem alto, lindinha
Pra espantar o mal



Nessa brincadeira
Arranhar madeira
Pular no novelo de lã
Rolar na grama de manhã



No aquário do parquinho
Vejo um lindo peixinho
Vou, com minha patinha fofa
Pescá-lo e te alimentar na boca



Gatinho e gatinha manhosa
Se acabam de sorrir em prosa
E, no fim do dia, um banho de gato
Depois se aninham bem quentinhos
Numa apertada caixa de sapato

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sem Sorrisos

Hoje acordei sem sorrisos
Escaparam de mim, lisos
Nem sequer uma contração feliz no rosto
Tudo em mim demonstra desgosto



Abraço-me ao ódio e desespero
Assassino todos em minha mente
E do seu sangue faço meu tempero
Pra me consumir nesse inferno ardente



Desequilíbrio com causa ou sem?!
Talvez seja culpa de mais alguém
Talvez seja minha culpa
E de mais ninguém...