terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Dois pontos três - Reviravolta da Re-tentativa

Da pimenta vim e me criei
Sou extra forte e disso sei
Conseguirei meu futuro
nem que para isso
eu pule um ou outro muro

Além de picante, doce também sou
deixei meu sabor adocicado
para aquele gato abobado
que simplesmente me amou

Não desisto, luto, brigo, bato, empurro
Quem está à frente leva um murro
Quem está atrás vai comer poeira
meu destino é meu e só eu o faço
Não, isso não é zoeira!

Sou a mulher com pimenta adocicada
e comigo você está numa cilada
que nunca vai sair
pois te amo e por ti sou muito amada.


** Para Zapotequinha **

terça-feira, 15 de setembro de 2015

A gaivota


Lá vai o passarinho,
Uma voadora gaivota
Buscando um ninho
pra se aconchegar

Lá vai, serelepe
deixando pra trás
Tudo que não compete
Pra logo vencer

E os bobos andando
Ficam reclamando
que não ganham nada
e nada vão ganhar

Quem está voando
Vai só comemorar
e deixar chorando
Quem não quis voar

De 26/04/15


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O Refazer

Sem paixão, nem paz
Sem amor no coração
E nada do que você faz
Retoma aquela emoção

Sem vontade, nem sorriso
Sem brilho nos olhinhos
Isso veio sem aviso
E vai nos deixar sozinhos

Com fiança saio dessa prisão
Confiança eu vou me tornar
E partir feroz para que então
Meu ser possa de novo amar

Haikai 9

Na chuva sentimental
Um furacão e dois trovões
Disfunção cardíaca

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Um vazio eterno

De braços pro ar
Eu peço, imploro
Ajoelho e oro
Para em paz ninar

Doo minha força
Minha vontade
E esperança
Tudo que tenho de bondade
Para bailar em sua dança

Num passo eu tropeço
No segundo me oriento
Então apenas te peço
À seguir seu movimento

E depois se sucede
Um vazio eterno
Ele fica e só pede
Amor infinito e terno

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Sem face, sem luz

Um corpo sem espírito
Amanhece hoje e fica
Uma agulha que pinica
E o torna a face do grito

Punhaladas de um sonho
Do tipo que torce a lâmina
E quebra profundo lá dentro
Matando a alma de surdina

O frio perdura por um dia
Por dois, três, e talvez
Até a eternidade vadia

O brilho é ofuscado, opaco apagado
Como um Sol sujo e queimado
E ali permanece
Um rosto triste e sua prece

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Veio de lá

Da natureza você veio
Da vida, do soprar do vento
Das flores que ficam ali no meio
Do escorregar de um caracolento

Quando lá feliz você residia
Vagalumes faziam da tua noite dia
E em todo belo amanhecer dourado
Pássaros cantavam seu nome acastanhado


Nas ondas que rolavam
Peixinhos prateados brilhavam
Onde tinha areia fofa
Encalhava uma baleia balofa

Raposos procurando suas raposas
Todos bichos querendo boas esposas
Até eu com essa causa me comovi
Depois do curto tempo que te vivi

Nuvens silenciosas

O ressoar das nuvens silenciosas
Das suas formas harmoniosas
Um cão, uma mesa, um dragão
Seus olhos, seu corpo e um coração

São mil formas que hipnotizam
E na sombra que me proteje
Faço tudo para que você me almeje
Até planto no seu peito
Florestas que se enraízam

E dessa mata um sorriso
Que me mata sem aviso
De alegria, de admiração
É suave, uma doce canção

O céu toma tua forma completa
De boca aberta fica aqui o pateta
Um arco íris, um raio
E, de encanto, eu desmaio

domingo, 23 de agosto de 2015

Dias Cinzentos

Novo amanhecer de inverno
Nada diferente do inferno
Gelo também queima
É até pior, congela a alma

Cinza sem Sol, sem céu
Nem um anjo chamado Azazel
Só frio e solidão intensa
Uma dor imensa

Sobra pra sentir o que sobra
A tristeza, bom veneno de cobra
Se espalha pelo corpo
E paralisa a face do jovem morto

sábado, 22 de agosto de 2015

Não se vá

Do tempo que o tempo passa
Ao ver, os olhos num deserto
o rosto seco, quebrado, assa
de peito trincado e aberto

Ele e ela na areia queimando
sem água, sem ar, torrando
No topo da duna se separam sem querer
Um prum lado e o outro rola a morrer

Com o pranto na face
ele faz a ultima prece
nos olhos a ultima gota  d'água em seu corpo
ele diz: Não se vá!!
e cai morto.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Senselessness

De fato tudo se resume à um ato
Branco, vermelho e verde
Vai da cidade até o mato
O ataque da cobra que morde

Com certeza o resumo é a natureza
Azul, verde e amarela
Corre arrepiando com destreza
O galope do cavalo banguela

Do começo se vê fim
Da continuidade, o início
Com beijos um suplício
Dentro do interior de dentro de mim.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Faz Falta

O som entonado, belo
Que do seu peito se exala
Faz falta como nosso elo
Perdido pelo desespero
De te desenhar com aquarela

Som de passarinho profissional
Som de canto que deixa tonto
Um audível sussurrar sem mal
Fazendo meu coração ficar pronto

Tão suave e sorrateiro
Suas ondas sonoras me enrolam
Como uma raíz de salgueiro
Como terra onde pássaros rolam

É leve o som de amor
Que custa a deixar ir
Fica rodando e rodando no calor
Sem querer nunca mais dali sair

domingo, 9 de agosto de 2015

Miniconto - Enfraquecer...

E aquela bela igreja com anjos por todos os lados, todos os cantos treme, trinca, racha e uma parede cai. Seu telhado desmorona, sua cruz finca de lado no chão à sua frente. A fé enfraquece, o medo retorna, a mente enlouquece e se torna tola, irritada, frágil.

Ao lado ele está a observar, imponente alado. Mas penas ele não possuí, só seu couro o recobre. De cor negra avermelhada, grande chifrudo de olhos amarelados, pupilas de cobra e rabo comprido.

De braços cruzados ele me olha e diz: "É o fim, garoto. Aqui acaba seu recomeço, se encerra sua paz que nunca existiu. Estou aqui e para sempre vou ficar. Esses anjos que para você aparecem são meus servos para te enganar... Hahaha." - Termina rindo o grandalhão.

Eu abaixo minha cabeça e me conformo. Com tamanha grandeza não tenho forças, não vejo saídas, não posso lutar.

Só sinto pelo meu teto sagrado que me acolheu em seu interior por tanto tempo, que foi minha morada e minha esperança, que me salvou da autodestruição.

Vou te reconstruir com pedras mais firmes que demônio nenhum nunca irá derrubar novamente.

sábado, 8 de agosto de 2015

Os Dois

No beijo amado
Vindo do sorriso calado
Ela se entrega
E em seu corpo se esfrega

No abraço forte
Ambos vencem a morte
Ele se entrega
E em sua cintura se prega

De cores o dia se pinta
Primeiro amarelo, depois branco
Os dois se cobrem num manto
Para o que for que se sinta

Para o encaixe final
Temos as mãos emaranhadas
Pernas uma na outra enroladas
Elevando-os ao plano celestial

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Inesperado Previsto

Nas mãos de nuvens eu adormeço
E do mundo que sofre esqueço
Minuto a minuto vou sumindo
E minha última e bela visão
É a de você sorrindo

Olhar de pérolas negras
De alegrias impossíveis
Desfazem meu mundo de regras
Em vários pedacinhos amáveis

Finalmente apago
E nos seus braços
Ainda tenho afago
Que faz laços

E no sonho
Algo bizonho
Lagrimas
E paixão

terça-feira, 21 de julho de 2015

Peço Pausa

Eu peço tempo ao tempo
À terra que gira sem parar
Preciso ficar ao meu contento
Necessito simplesmente de ar

Quero uma pausa do cansaço
Para parar de ser de aço
Vou amolecer leve e docemente
Relaxando meu corpo e mente

Ao final dessa parada
Serei feliz e enfim amada
Por mim mesma e pelo mundo
Farei a vida ao meu lado caminhar
Com paz presente a cada segundo

domingo, 19 de julho de 2015

Desgaste

O desgaste da vida
Não desfaz a ferida
Fica sempre aberta
E vai doer na certa

É tanta dor e corrosão
Que faz temor no coração
E isso perdura até o momento
Em que se deixa o amor ao vento

O teu sofrimento não é meu
Mas dói igual
Dói forte como o golpe que me deu
Sem querer fazer mal

O pó que caí acumula no chão
Junta-se com o meu e firma a união
Esse pó de sofrimento
É nossa evolução...

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Tiro no peito

E o tiro foi dado
O gatilho escorregou
A bala lentamente atravessando
O que no peito restou

Os olhos não se aguentam
E preferem ficar molhados
As dores aumentam
Pelos últimos olhares apaixonados

Na despedida se tocam os lábios
Suaves e doces como um amanhecer
Tornam-se os dois sábios
Pelo que puderam juntos crescer

E o sangue escorre
Vermelho como a paixão e o amor
Deixando no corpo vazio só dor
E um coração que morre

terça-feira, 14 de julho de 2015

Último Suspiro

De repente um verso se forma em meu peito
Vigoroso e saboroso com palavras estranhas
Sai rompendo, destruindo minhas entranhas
Pra eu me lembrar de tudo que já foi feito

Tiro um, dois, três...
Depois vinte de uma vez
Estou acabado
Por favor, fique ao meu lado!

Construo um poema pra você
E nele meu sangue escorre
O cheiro de ferro é forte
E tudo o que lê:
Último suspiro rumo à morte

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Da noite pro dia

O que acontece quando sonho?
Quando tenho o sorriso eterno?
Quando as mãos macias eu ganho?
Quando o sentimento é terno?

Da noite pro dia a mente muda
No peito planta uma nova muda
E uma flor que parece perfeita
Cresce entre uma costela e outra
Numa passagem difícil, estreita

Um dia as pétalas voam embora
Até a raiz morrer há hora
Mas no corpo fica o perfume
Do que pra mim era costume

Pois assim vivo meus dias
Como quem aguarda uma morte
Aproveito as intensas alegrias
Pra não desperdiçar a sorte

sábado, 11 de julho de 2015

Por Dentro do Avesso Invertido

Por que se dá ao luxo de sofrer
Se essa dor vem de teu interior?
Por que se deixa cair por isso?
Sofrimento, lágrimas e pura dor...

No fundo sabemos a resposta
Da vida que faz conosco uma aposta
É ali, na própria cabeça e no peito
Onde alcançamos a paz e o respeito

Se tu bates eu sinto muito forte
Mas será que o que sinto é você
Ou eu que me escondo num pote
Achando que tudo ali dentro é certo?

Meu sorriso é sua culpa?
Minha tristeza também?
É difícil ver até com uma lupa
Que atos assim não fazem bem

E assim se vai a vida
Desperdiçada por atos alheios
Quebrada por nossos anseios
De querermos tudo nesse mundo
da nossa forma preferida

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Eu te odeio tanto...

Eu te odeio todos os dias
por seu sorriso incandescente
Simétrico e explandescente
Fazendo-me escravo obediente

Eu te odeio por seu tom de voz
Que varia com delicadeza
Ao correr por meus ouvidos
Afinada ao som da certeza

Eu odeio seus olhos
Tão sagazes e puxadinhos
Tão profundos e delicadinhos
Que me atacam com sensualidade
Que me abraçam com serenidade

Também odeio sua mente
Que brinca com a minha
Que nos faz cócegas nos cérebros
Deformando nossas faces
Em formato de alegria

E odeio sua forma
Que me atrai cego
E apenas pelo tato
Já quero teu contato

Por último odeio seu coração
Impenetrável fanfarrão
Não me deixa ficar nem partir
Ele me prende na porta de entrada
Deixando-me a passar vontade
Observando essa minha amada
Que me mantém pela metade

Odeio te odiar tanto
Pois você sabe que meu canto
É pra te atrair pro meu ninho
Um encantado passarinho
Suplicando seu amor e carinho.

Se me fizeres parar
Com essa mania de odiar
Então para sempre serei
Seu coração alado
seu homem, seu rei
No infinito ao seu lado

terça-feira, 7 de julho de 2015

Esquecimento

Ao criar-se um momento branco
Sem nada, sem alegria nem pranto
Pode-se fazer o que quiser, no entanto
Para preencher o breve esquecimento

Pode ser feliz
Pode ser triste
Pode até quebrar seu nariz
Ou deixar algo em riste

Faz do branco um tempo de motivo
Reaproveitamento retroativo
Que desfaz tortilhas irritadas
Para poderem ser amadas
Pois convenhamos
Não há jeito de aguentarmos
Tanta pimenta dessas danadas!

;)


sábado, 4 de julho de 2015

Em Obras

Gentil carregador de sonho
Labor infindo e difícil
Trouxe-me vida fácil
Livre dela eu me disponho

E hoje venho lhe dizer
Estamos aqui em obras
Fechados para o prazer
Vivendo de sobras

Traga-me só mais um
Que me levante por completo
Pois não quero mais nenhum
Sonho mal acabado e sem teto

terça-feira, 30 de junho de 2015

Brilho Distante

Por mais que a nota que eu toque
Vá, volte e ecoe com vão enfoque
Da luz não se faz calor
Pois longa é a estrada do amor

As tentativas de ter esse brilho
São como cegas mariposas
Como um trem saem do trilho
À procura da paixão de esposa

No fim a conclusão é evidente
Por mais que se esforce e tente
O brilho distante sempre será
É assim que a vida se dá

segunda-feira, 29 de junho de 2015

O Conto da Vampira

Criatura sanguinária e vil
Toma minha essência
Na última gota vou à falência
E sou arrastado pro seu covil

Lá você me ressuscita
Seu sangue na minha boca
Uma doce e envenenada gota
E meu peito de novo palpita

Sou apaixonado e cego escravo
Sigo suas ordens, sou seu pupilo
Uma estaca em quem se opõe eu cravo
Mas não tema, depois fico tranqüilo

Peço mais doses daquele veneno
Que me torna gigante e pequeno
É viciante, é necessidade, é minha vida
Sou seu servo, minha vermelha margarida

Se sim, se não

Se eu faço você desfaz
Se quero abraço
Você vai pra trás

Se quer distância
Em mim dói
Causa ânsia

Se toca-me suave
Viro um floco de neve
Que escorre em suas mãos

Mas se não me quer
Torno-me seco
Uma folha para quem quiser...

Don't be gone...

Lay your face on my chest
Pretty embrace at last
Come to me my beloved
As my heart will be fed

Say the word I expect
Show your feelings some respect
You can't let go
You don't want to show

We're broken and we know
Cause we've been too long
Under a thick layer of snow
Singing an unpleasant song

Kiss me warm and deeply
And our souls will simply
Become just one
Please, don't be gone...
Please, don't be gone.....

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Zóiuda

Olhos bem grandões você tem
Brilham como a luz do além
Passam a paz e satisfação
De ainda te ter no coração

Correm os dias
e tudo que muda
É pra nos trazer de volta
Minha querida zóiuda

A pele de neve é leve
A face bela e dourada
Que por mim é amada
Revela um sorriso breve

A cada mil quedas
um degrau acima vai
A cada mil letras lidas
Eu retorno à sua vida
Que nunca mais cai

O ar desequilibrado

Oh vento, meu caro vento
Não sabe parar o próprio movimento
Para balançar meus galhos novamente
Terá quer ser mais forte em sua mente

Não adianta rugir como um furacão
Tampouco uivar como um vendaval
Apenas pare de repetir sua ação
Que à você e à todos faz mal

Vá se acalmando e vire brisa
Que na mais bela folha desliza
Quem sabe assim a árvore se entorta
E como um cavalheiro lhe abre a porta

O abraço que se faz no final
É um prêmio por se livrar do mal
Que assola sua liberdade
De encontrar sua outra metade

terça-feira, 23 de junho de 2015

Ronronantes prrr prrr

Um pulo de gato
No meio do mato
Um susto sombrio
Na cauda o arrepio

Andando de lado
O gato assustado
Depois que amansa
É pura lambança

Ronron pra lá
Ronron pra cá
Esfrega o bigode
Depois se sacode

Mia, mia, miau
Quanto carinho animal
Bichanos peludos,
Alegria infinita
que nos faz mudos.


Pra Khalee e pro Gary! :3

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Lembrança Necessária

Acabei de acordar de um sonho
Levando minha mente travessa
Entre loucuras e uma promessa

Já tive momentos alegres
Aconchegando partes sofridas
Nada as separa, são novas vidas

Depois de bolos sorrisos e jantares
Recebemos bênçãos dos sete mares
Até que o tempo nos lembre de amar

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Zapoteca

A donzela alegre sorri com seu dente
Donzela sapeca, serelepe, sorridente
Faz gentilezas, faz sopas e cafuné
E isso é tudo que um homem quer

Dona de fogo, de movimento imparável
Dona da alma mais sutil e amável
Nos olhos se vê amor infinito e paixão
Mas os esconde e vai levá-los até o caixão

"Obrigada" é sua palavra soletrada
Felicidade seu cardápio de entrada
No peito o aperto de agonia intensa
De viver todo dia uma luta imensa

Dos seus olhos ela conta as gotas
E vê se cabem em um contagotas
Para fazer sua poção infalível
Que trará um amor incrível

terça-feira, 16 de junho de 2015

Vontade Inquebrável

- Hoje retorno pra mim o que é meu por direito, anuncio o início da caça livre do que aqui dentro ressoa.
 Não irei mais sucumbir, não irei desmoronar. Nunca mais vou cair.
 Em minha mão direita a minha espada, na esquerda meu escudo, no corpo a armadura. Estou pronto e protegido. Que venham demônios, que venham anjos, peçonhas de víboras e dragões baforentos.
Hoje declaro que sou imune ao veneno do ar pútrido do pântano. Encho meus pulmões com ele com alegria.

Durante sua declaração, Robert Pulsoforte não sentia mais medo, não sentia ódio, não sentia tristeza, nem alegria, nem preocupação. O Grandioso Pulsoforte se tornara quem sempre quis ser: O grande pulsador que vencerá o mundo!

Ampulheta

O que se faz quando há tempo definido?
Quando sabemos que a loucura acabará
Que a formosura dará lugar ao alarido
Ensurdecedor e paralisante que nos definhará.

A areia já está correndo pelo vidro tortuoso
está solta, livre, desimpedida e corrediça
vai acabar matando o encontro amoroso
Do ar e da árvore. Pura injustiça!

Ampulheta maldita se pudesse te quebrar
Tempo infinito eu poderia ter
para o mais belo enlace eu encontrar
no profundo abismo do meu ser

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Âncora

Saia do mar marujo de água doce
Esse seu barco de bandeira rasgada
Chega de água e de profundezas
Chega de sair em busca de sua amada

Pare seu barco no cais apodrecido
jogue sua âncora o travando
Suas velas deixe escancaradas
parando o vento no seu convés

O navio balançando e o ar enfurece
Corra, corra, faça sua prece
Tudo vai desmoronar, puro terror
só lhe restará no corpo o tremor

Respire o ar e livre-se da água
encha os pulmões e sinta
sua primeira vez vivendo sem regra
e sente só medo, não minta

Arde o corpo, fica torto
sangram os olhos e o peito
na ira do ar que te preenche
na falta da água que te nutre

Arrasta-se
Esfola-se
Grita sem ar
Sucumbe à sede
A terra também estremece
E no fim
Morre na própria rede!

Haikai 7

No rosto sorridente
Overdose de olhares
Rubor

Velório

Aqui se vai Robert Pulsoforte
Pulsador de dias e noites
Em seu trabalho contra a morte
Desviou de muitos golpes de foices

Era um grande lutador
Já foi soterrado e dilacerado
Mas sempre suportou a dor
Da constante: ser machucado

Dou minha última despedida
Àquele que sustentou minha vida
Adeus meu amigo de todos os dias
De grandes tristezas e infinitas alegrias

domingo, 14 de junho de 2015

"Apertadura"

Aperto no peito
É algo suspeito
É má digestão
Do meu coração?

Aperto apertado
Assalto armado
É de se roubar
Ou de libertar?

Aperto ligeiro
De fim incerto
Sou eu o goleiro
A te deixar perto?

Aperto no peito
Certeiro do coração
É bonito, perfeito
Como quando segurei
Sua macia e firme mão

sábado, 13 de junho de 2015

Intensidade

Da verdadeira árvore somos folhas
Livres de pesares e soltas no ar
Flutuam como ajeitadas bolhas
E ondulam como ondas do mar

E o ar traz a bela renovação
É límpido e leva o ruim embora
Se é suave as folhas dançam
Se irritado deixa apenas a tora

O vendaval finalmente inicia
Afastando nuvens ofuscantes
Fazendo a noite virar dia

Na árvore seus galhos dançantes
De intensa e calorosa alegria
Ar e árvore, dois belos amantes


sexta-feira, 12 de junho de 2015

De volta de novo e outra vez

Olhe o tempo passando
Vai rápido e leva o mundo
Não há esforço, nem nada
É de forma ilimitada

Abra os olhos, encontre-se
Onde o seu corpo toca outro
E assim levemente renasce

Abra o peito, faça um destino
No qual a vida é leve, solta
Aja como um jovem menino

Sinta a essência da vida
Criando em você sua alma
Sinta tudo leve como a margarida
Que te trouxe paz e calma

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Um barco a construir

Estou quebrando meu chalé
Para usar sua madeira com fé
Na construção de um barquinho
Um tipo bem simples, pequenininho

Vai servir pra te levar pro mar
Linda sereia que sem nadadeiras
Se vê desiludida, triste à chorar

Pro mundo de alegria e paixão
O barquinho vai te guiar
Vai ver o peixe palhaço e o tubarão
A medusa, a alga e a estrela do mar

Todo mundo te esperando
Pra festejar, sorrir e pular
E o marujo vai contigo cantando
Só cuidando pra não se afogar

Tempestades enfrentarão juntos
Revoltado o mar ficará
Mas enquanto unirem os pontos
O coração aquecido sempre será


quinta-feira, 28 de maio de 2015

Haikai 6

Memorias insistentes
Com corações de vidro
Cacos no chão

Canseira Danada

Tenho uma canseira danada
Que parece uma dor de facada
Uma canseira do batimento
Do meu pobre coração

Ele bate fraquinho e em pranto
Não aguenta mais o desencanto
Se esforça no sufoco da tristeza
E no mundo não vê mais beleza

Bate como um mero tique taque
Mecânico, só pra sobreviver
Não pretende morrer de ataque
Mas talvez tenha um de tanto doer

Uma hora ele vai parar
Não quero nem olhar
O resto, a sobra
Desse maldito ninho de cobra


sábado, 23 de maio de 2015

Com amor para meu cobertor

Meu lindo cobertorzinho
Tão fofo e quentinho
Nunca vou me separar
E pra sempre vou te amar

Te usei tanto nos dias gelados
Tanto que te enchi de buracos
Meu cobertorzinho você foi tão amado
Não te quero virado num trapo

Pego minha agulha e um pedaço de linha
Retalhos de tecidos para te cobrir
Começo a costurar a extensão todinha
Para no fim você poder sorrir

Meu cobertor quentinho
Meu lindo cobertorzinho
Não me importa se estás costurado
Ou se estás todo arrebentado
Para mim você sempre será
Quem me deu calor, amor e carinho


sábado, 16 de maio de 2015

Sem Asas

Quando um anjo perde sua fé
e se deixa levar pela cruel maré
Estrela que apaga seu brilho no céu
Amargurando os dias como fel

Quando a cintilante luz some
As asas caem e nada mais fica
além da fome

Fome de esperança
Fome de amor
Fome de gentileza
e até mesmo de dor

Mas se engana esse anjo caído
que está sem saída, todo ferido
Pode estar triste e quase morto
mas seu Deus ainda é seu porto

Ao rezar minha prece
coloco todo o amor do mundo
Pra te tirar desse poço
que parece infinito, sem fundo

Agora realmente és um anjo encarnado
daquele tipo que caiu desalinhado
Não importa, sempre terás tuas asas
mesmo que não apareçam
As mais belas e leves como das fadas



Dedico essas simples palavras, frases alinhadas como tentativa de poema à pessoa mais sensacional desse mundo.

Gi, é pra você, com todo amor do mundo!!

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Teu Girassol

Por onde teu brilho passar
Onde quer que seja o lugar
Lá estou eu te olhando
Meu amor, estou te admirando

Teu brilho é o do Sol no céu
Um Sol tão quentinho
Que anima abelhinhas no ar
E do meu pólen se faz o mel

Sou teu girassol, meu amor
Te admiro do nascer até o pôr
E o mel que se faz dessa paixão
É pra adocicar teu coração

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Meu Sol Quentinho

Quando chega o frio e a tristeza
Nada melhor que teu belo sorriso
Pra esquentar e me dar o aviso:
Chegou o Sol e sua beleza

Na noite gelada de inverno sombrio
Escuridão de solidão
Mas esse Sol tão quentinho no frio
Vai derreter o gelo do coração

Meu Sol quentinho
Nesse mundo sei que tens um ninho
Meu Sol tão bonito
Que cura um coração aflito!

Já faz tempo que não me bronzeia
Há um bom tempo não rolo na areia
Já passei tanto frio nessa vida
Que preciso de ti, minha querida

Me ensine a brilhar lá no céu
Sai dessa nuvem que te cobre como um véu
Me dê teu calor bem quentinho
Pra aquecer um coração com carinho

Vem Sol quentinho
Vem me esquentar com teu lindo jeitinho
Meu Sol tão bonito
Que me traz o amor infinito





sábado, 9 de maio de 2015

O Último Embarque



O navio já velho e desgastado
Acomoda o marinheiro cansado
Aquele que no seu auge da vida
Cuidava bem de sua querida


Prestes a aposentar sua embarcação
Ele suspira em plena emoção
Relembrando tudo o que viveu
E o que deixou passar em branco


O branco era o que mais importava
Diz o bom marinheiro enquanto chorava
Viveu de tempestades e ondas gigantes
Quando o que importava era serem bons amantes


Agora construindo sua casinha à beira mar
Quer viver tudo o que não pode amar
Arrependido pelo profundo desconhecimento
De passar os dias como num esgoto ranhento


Vamos dar um ultimo passeio, ele diz
O passeio que pra sempre manterá
Eu e você
Feliz!!!!!!!!!!!

domingo, 3 de maio de 2015

Querida Sereia...

Minha querida e bela sereia
Por muito tempo te tive em meu convés
Por longos anos admirei seu olhar
E todo esse tempo eu estava com teu amor

Teve dias nos quais caí no mar gélido
Prestes a virar picolé ou ser devorado por tubarões
E tu me salvaste, pois sabes nadar no meu oceano
Sabes que teu calor me salvou e agora aqui estou...


Muito rum estragou minha mente
Muitos tesouros ofuscaram meus olhos
À ponto de que a minha mais bela sereia
Acabou sozinha encalhando na areia
Criou pernas e está a andar pelo mundo...

Ao velejar por esse mar gigantesco
Só penso em ti o tempo inteiro
Meu navio está afundando
com o casco furado
e mastro quebrando

Volta para o mar, bonita sereia
Essa terra de seres que andam
só traz ilusão de alegria

Volta, pois hoje não bebo mais rum
Removi meu escorbuto
e meu tesouro joguei no mar

Volta que hoje não sou mais pirata
Não roubo e não faço ninguém andar na prancha
Sou um velejador do bem

Sou seu admirado almirante

sábado, 18 de abril de 2015

Diário de Bordo

Dia 1

É o primeiro dia desde que fomos deixados.
Nem um som, nem um sussurro restou.
Apenas o vento lá fora...

Dia 2

Sinto-me como se o mundo todo tivesse desaparecido
Está tão escuro e frio que parece que não haverá luz novamente

E apenas o vento lá fora.........

Dia 3

A insanidade começou a tomar conta de mim.

É como um tiro no peito; a falta de ar; a fraqueza....
E lá fora nada... nem vento...

Dia 30.....

Tremores, palpitações...
É tudo mentira, é tudo um sonho..
Não existe lá fora... o mundo é uma mentira. Ilusão.


Dia 365

Que dia é hoje? Será mesmo?
O tempo parece não passar
Meus olhos já não vêem mais lá fora. Estou cego?


Dia 420

Hoje seria seu aniversário...
Parabéns, querida.
Eu te amo!


Dia 421

A única e ultima sensação que me resta
é sua falta....
Só sinto sua falta......