domingo, 27 de julho de 2025

Sincericídio!!!

Vejo um som mole
Que dança no seu molejo
Que saboreia pontudo
Que cala e faz mudo

E de canto do olho
Jaz teu corpo de molho
Com afinco na tristeza
Certeza, não brinco!

Tuas sensações me permeiam
Anseiam minhas emoções
Que se passe e seja apenas
Um pesadelo com antenas

E no amargo sinto uma oitava
Daquelas tristes, como aspargo
Juro que eu tentava
Não merecer um embargo

E do dó se dá a dor
Sempre presente
Junto com meu amor
Semente do pavor

E do ré nós podíamos regredir?
Quem sabe retornar e não agredir?
Quem sabe lutar e nunca partir?

E do Mi se faz o que senti
Nada te omiti
Sincericídio!!!

Tolo, sem sensatez
Não tive tato
Ao tocar seu peito
nem sua tez



sexta-feira, 25 de julho de 2025

Meu Dente Se Foi

O cheiro vai embora
Enquanto isso ela treme
Chora

Memória apagada
No termo da força 
Era bela sua amada

Sintonia assíncrona
Dissonância fadada
Ao desastre que engana

Está certo ou errado?
Ambos como côcos ralados
Pedaços e crocância 
Espalhados
Na verdade da ignorância 

Aquilo que aqui fica
Aperta o peito, palpita
Desajeitada mente
A mente mente

E você saí extasiado 
E contente
Como uma criança 
Que perdeu seu dente.




segunda-feira, 21 de julho de 2025

Vinho Que Escorre

Do vinho se faz o sorriso
Devoto, falso e liso
Escorrega pela face
No chão desfalece

E o álcool que fica 
Embriaga
E assim magnifica
nossa cagada

Palavras bonitas e apoios
Já não tecem mais o que foi
Trazem hoje comboios
De traumas em carros de boi

Sangra e acha que é vinho
Escorre e pensa que é whisky 
Mas era dor que enganava
Por estar de coração vazio
Permanecendo triste



sábado, 19 de julho de 2025

Sou Um Limão

Dentre passos, barcos e paisagens
Dentre trocas de mensagens
Um susto,
Perfeito busto!

Com vontade, a comilança 
Fome?
Ou desejo de uma dança?

Tem tumulto, tem barulho
Tem na mente muito entulho
Desencontrados
Sem abraço 
Sem sensação de serem amados

Em um penúltimo ato
Encontro-me num fato
Descobri quase de antemão 
Que sou um limão!!!



quinta-feira, 17 de julho de 2025

Putridez

Jás aqui a nudez
Vislumbre tortuoso 
De sua pálida putridez

Incongruente 
Inconsequente 
Prolixo
Enfim
Um crucifixo 

Fétido cadáver repugnante 
Saia da minha mente
Do meu instante

Já morreu!
És de outrora
Suma, ser ateu 
Suma agora!

Incompreensível 
Insensível 
Tóxico 
Enfim
Um paradoxo 

Estufado corpo nauseante 
Saia da minha mente
Do meu instante

As amarras se foram
Fui socorrido, resgatado
A leveza de um carinho
Me fez sentir amado
Compreendido
Fiquei feliz, mesmo calado.

Agora vá, flutue 
No rio da morte
Perpetue
E que acabe sua sorte
E decomponha

Que a alma se liberte
E não fique mais inerte
Que renasça sábia 
E não apenas com lábia 

Adeus putridez 
Até logo, palidez
Tchau, inconsistência 
Livre estou
Da precoce demência.