terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Notícias Tardias

Depois de tanto, tanto tempo
Lutando à mercê do contento
Veio a notícia suave e plena
A luta valeu a pena!

Finalmente tudo se explica
À dor e à dificuldade se aplica
Superdotação, ela disse...
Autismo também, visse!?

Agora tudo faz sentido
E nada foi mentido
Relatos e histórias
Fatos e memórias 

Por fim livre!

Do peso de não saber
Do peso de não caber
Da dor da diferença 
Da rigidez e descrença 

Notícias Tardias eu digo
Mas são boas, caro amigo
Agora tudo é claro como luz
Removo a capa e o capuz!






quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Transição

Me pego pensando em grande volume
Em como ficará meu pálido coração
Depois de correr para se ajeitar
Nesse futuro de pura transição 

Já não terei tanta solitude
Nem a falta de alguém que ajude
Silêncio cruel não haverá
E a companhia?
Essa é pra já!

Filme em família feliz
Jogos e sorvete de anis
Brigas bobas e reconciliação
Aiai, meu peito não aguenta não!
Isso é muito bão!

Enfim o que sempre quis
Viver sem ser um juiz
Da minha própria ruína 
Essa era minha sina.




terça-feira, 18 de novembro de 2025

Comum

Um balanço, dois, três
Me remexo de uma vez
Isso me faz ser mais um?
Me distingue como comum?

Repulsa por mesmices
Prefiro as esquisitices
Rebuscado adorno exótico
Ainda com líquido amniótico

Exibo a força de quem padece
De quem se esconde sob prece
Sou eu, por mim e mais ninguém
Sangue de Gezuis tem poder.
Amém!




quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Linda

Vi no céu, rasgando em cores
Uma estrela cadente vibrante
Foi pintando longe e adiante
Pra agradar os seus amores

A luz espalhou-se contente
Diante da arte em brasa
Lá no alto se via ardente
A faísca arteira vista de casa

O que parecia uma, se dividiu
E dois brilhos na noite seguiu
Deslumbrantes e raras jóias
Era sabido que num futuro
Seriam donas de tramóias 

E aquela que as desejou
Era simplesmente linda
Desde o início as amou
E no morro as contemplava
Declamando boa vinda




quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Seu Dia!

Hoje é um dia especial
Dia da fonte de todo o mal
É o dia em que você nasceu
Em que tudo em mim morreu

Se passa a idade
Que bom!
Mais proximidade
À Morte e ao seu dom

Almas trituradas
Foices farpadas
Choro fantasmagórico
Tormento categórico

Nenhum fogo se mantém
Tudo morre frio
Nesse inóspito além

A centelha se apaga
Sobra só sua maldade
Ela vem forte, com qualidade
Ao fim, onde tudo acaba




domingo, 12 de outubro de 2025

Nosso Buazeiro

No campo nevoado fica o buazeiro
Lá o plantamos juntos
Um ato de amor verdadeiro

Na noite de neblina nos juntamos
Com tochas flamejantes acesas
E nossas mãos aconchegamos

E comemos um fruto ou dois
Então sentimos tristeza, pois...
Sabemos que pra casa iremos
Então, de novo, distanciaremos

Mas o buazeiro é nosso aliado
Produto de um empenho consagrado
Ali seremos sempre inteiros
Para continuarmos
Eternos e louvados parceiros


sábado, 11 de outubro de 2025

Não Cabe

Não cabe em mim o que tenho
Dentro queria que fosse bonito
Como aquele seu belo desenho
Arte que cala, por fim, o grito

Ocupa muito espaço a emoção
De ter perto, mas ter longe
Seu caloroso e agitado coração

Um gole d´água não sacia a sede
De um peixe fora do mar, na rede
Mas verte fluído o gosto doce
De tudo que você já trouxe

Todo sentimento que floriu
Foi apenas porque você riu
De minhas piadas sem graça
E não foi nenhuma trapaça

Então acaba por acabar o poema
Com cabeça escondida, como a ema
Para aliviar a vergonha sentida
De tocar nesse delicado tema



























*Sora Ai me impressionou com essa imagem ao ser requisitada para interpretar criativamente em uma imagem meu poema. Gostei muito!