quinta-feira, 17 de julho de 2025

Putridez

Jás aqui a nudez
Vislumbre tortuoso 
De sua pálida putridez

Incongruente 
Inconsequente 
Prolixo
Enfim
Um crucifixo 

Fétido cadáver repugnante 
Saia da minha mente
Do meu instante

Já morreu!
És de outrora
Suma, ser ateu 
Suma agora!

Incompreensível 
Insensível 
Tóxico 
Enfim
Um paradoxo 

Estufado corpo nauseante 
Saia da minha mente
Do meu instante

As amarras se foram
Fui socorrido, resgatado
A leveza de um carinho
Me fez sentir amado
Compreendido
Fiquei feliz, mesmo calado.

Agora vá, flutue 
No rio da morte
Perpetue
E que acabe sua sorte
E decomponha

Que a alma se liberte
E não fique mais inerte
Que renasça sábia 
E não apenas com lábia 

Adeus putridez 
Até logo, palidez
Tchau, inconsistência 
Livre estou
Da precoce demência.




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